Espanhol X Portunhol

No começo tivemos algumas dificuldades pra entender um pouco o espanhol, principalmente quando falavam rápido com a gente. Em San Pedro de Atacama, por exemplo, era muito dificil, a gente tinha que pedir sempre pro povo repetir mais devagar, parece que falam outra língua.

Como eu tinha alguma noção, no começo eu era o porta-voz do grupo, era eu que negociava com os taxistas e que falava nas recepções dos hotéis e nos bares e restaurantes. Depois Daniel e Rafa foram se soltando e falavam sem problemas. 

Com o tempo a gente foi se acostumando e no final a gente batia altos papos sem problemas.

E PARA AQUELES QUE DIZEM QUE ESPANHOL É FÁCIL, QUASE IGUAL AO PORTUGUÊS…

Tente traduzir a frase abaixo:

“LA VIEN UN TARADO PELADO COM SU SACO EN LAS MANOS CORRIENDO ATRAZ DE LA BUSETA.”

Traduziu? Acertou? Tem certeza?

Veja a tradução abaixo, por via das dúvidas…

TRADUÇÃO:
“LÁ VEM UM TONTO CARECA COM SEU PALETÓ NAS MÃOS CORRENDO ATRÁS DO MICRO-ÔNIBUS.”

Pois é, além de não saber P…. nenhuma de espanhol, só pensa besteira…

Alguns Causos da Viagem…

Chegou o fim da viagem, já estou em casa. Agora que não tenho mais aqueles dois do lado pra censurarem meus posts, posso contar tudo que aconteceu por lá.

Causo 1:

Ainda em Puerto Quijarro a gente não conseguia ir pra Santa Cruz de la Sierra, porque as estradas estavam fechadas e o Trem da Morte estava parado, por causa de uma greve.

Tive então a idéia de ir  de avião e no sábado procuramos uma agência de viagens, onde abusei do meu Portunhol pra conseguir estabelecer um diálogo:

– Hay algun vuelo hoy ou mañana hasta Santa Cruz? (Tem algum vôo hoje ou amanhã até Santa Cruz?) – Perguntei.

– No, sólo para Lunes! (Não, só pra Segunda-Feira) , respondeu o atendente…

Foi quando Raphael falou:

– Onde é Lunes? É perto de Santa Cruz? Vamo prá lá mesmo, então!….

Causo 2: 

O bom de visitar outros países é que a gente conversa na nossa língua e normalmente o povo não entende. Testamos várias vezes em Uyuni pra ver se dava certo, e sempre que falávamos um pouco rápido, ninguem entendia apesar do espanhol se parecer com o português.

Em uma boate em Cuzco, fui ao balcão buscar uma cerva, quando Daniel chegou numa garota com seu Portunhol:

– Hablas Espanhol? (fala espanhol?) 

– Sí… (Sim)

– Gustas de bailar? (gosta de dançar?)

– Sí, mucho! ( Sim, muito)

– Entonces estás a gustar de Cuzco… (Então está gostando de Cuzco…)

– Sí, hay buenas discotecas por acá… (Sim, há boas boates por aqui…)

Nesta hora cheguei perto dos dois, que já estavam em um papo prá lá de animado e brinquei, em Português mesmo, mas falando rápido pra que a garota não entendesse:

– Ê Bolha, gastando seu “portunhol”, né? hehehe

E ele respondeu…

– Essa aqui tá no papo. Vou beijar demais e se bobear ainda levo pro hotel…

Foi quando ela, que estava escutando nosso papo, respondeu num português com sotaque de mineira:

– Vocês também são brasileiros, né? Eu sou de Belo Horizonte!

  • "Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver." Amyr Klink
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